quinta-feira, maio 26, 2005

Agradecimentos de um Benfiquista

Gostaria de AGRADECER:

- A todos que enviaram imagens de sofás e cadeirões, dizendo: "Queres ser campeão? Então espera sentado". Foi um bom conselho. Isso de esperar 18 ou 19 anos dá experiência nestes assuntos;

- A todos os que enviaram avisos sobre possíveis doenças transmissíveis pelo "mofo" acumulado desde 1993. Não se preocupem, pois Portugal já passou epidemias bem piores, nomeadamente os 18 e 19 anos acima referidos. Mas como o agradecimento é sincero, fica uma sugestão: RENNIE ou KOMPENSAN para a azia;

- A todos os que enviaram o aviso que tinham problemas na versão Word 1.0 de 93/94 e não conseguiam escrever "Benfica Campeão". A grande maioria dos portugueses reportaram o facto à Microsoft, a qual desenvolveu a aplicação "1 a 0" versão 04/05, pelo que já podem escrever as tão desejadas palavras, porque não irá ocorrer de novo qualquer problema;

- A todos que enviaram o vídeo do Gato Fedorento, "O adepto do Benfica". É um grande momento de humor. Embora continuemos a querer ganhar por "quinje a jero", conclui-se mais uma vez, que não é necessário ganhar com algumas goleadas para ser campeão (a outra foi na longínqua época do treinador John Mortimore);

- A todos os que enviaram menus de restaurantes com "Salada Russa", após a eliminação do Benfica pelo CSKA (tivemos azar...apanhamos os russos no início da UEFA, houve quem tivesse mais sorte e só apanhou no fim). Esqueceram-se que a referida salada se serve fria.

Gostaria, ainda, de AGRADECER:

- Ao Ricardo, por ser benfiquista e nos fazer rir muito, com as suas actuações. É sem dúvida, dos melhores em Portugal;

- Ao facto do Mourinho ter saído do FCP. Foram menos 20 pontos, em relação à época passada. De facto, um grande treinador, que transforma o mediano em óptimo;

- Ao Pitbull, ao Leandro, ao Areias, ao Leo Lima, ao Fabiano Fabuloso, ao Pepe, ao Claudio, ao Del Neri e ao Luis Fernandez;

- Ao Trapattoni, que nos fez ganhar o campeonato, mesmo piorando 9 pontos, em relação ao ano passado. Isto apesar de termos sido eliminados da UEFA pelo vencedor desta prova, para quem não sabe, o CSKA ("a melhor equipa que defrontámos esta época");

- Ao Peseiro, pela frase acima referida;

- Aos russos que, a 18 de Maio, gritaram "Viva o Benfica";

- Ao Luisão que, em Janeiro, após derrota com o Beira-Mar afirmou: "Em Maio vamos ver quem festeja!". Ele tinha razão. Foi o marcador de um dos golos mais decisivos dos últimos tempos;

- Ao fantasma da Luz, que após ter feito um penalty sobre o Jardel, na época 2001/2002, redimiu-se e fez a falta sobre o guarda-redes do Sporting, no dia 14 de Maio, na Luz;

- Ao Manolo Vidal (que considerou legal o golo do Benfica) e ao Soares Franco, que afirmou: "Não temos nada a reclamar em relação ao golo." [declaração logo após o jogo da Luz]. Finalmente, alguém que conseguiu tirar o filtro verde do televisor;

- Ao Pampilhosa, por não estar na Taça de Portugal, na altura em que se disputava a 33ª Jornada, o que impediu novamente a "limpeza" de cartões amarelos (alguém poupou 15000 euros);

- À Bandeira de Portugal, que nos vai emprestar as Quinas para os equipamentos;

Só para não haver confusões: quando falo no Ricardo, estou a referir-me ao Ricardo Araújo Pereira.

terça-feira, maio 24, 2005

Madeleine Peyroux

é a voz do momento. Tão boa como como Diane Krall e Norah Jones. Careless Love é o seu último disco. A recomendar, claro!!

domingo, maio 22, 2005

"E PLURIBUS UNUM"

Este título também é teu, Miki!!


Benfica Campeão




sábado, maio 14, 2005

A força da televisão...

...é tal que nos impõe tiques e manias. “Eles falam, falam mas não dizem nada” é apenas um exemplo mil vezes repetido à nossa volta, tanto como há uns tempos atrás o “Tô Xim”. Goste-se ou não, a criançada assumiu o famoso “Dahh!!”. “Isto” é o que diz um garoto cheio de gel na cabeça, sentado na sala de aula. “Dahh!!” significa “só” que o interlocutor não percebeu nada do que ele acabou de dizer. A tradução de tal expressão é algo como: “És mesmo estúpido!”. Um pormenor: a tal criança com gel na cabeça e sentado na sala de aula dirige o seu “Dahh!!” à professora dos Batanetes, a série da TVI, e ao professor do programa Zero em Comportamento, na SIC.
Tal expressão é mal-educada mas, desde as Lições do Tonecas, os professores são personagens constantemente colocadas ao ridículo. Mesmo as instituições privadas como o Colégio da Barra em Morangos com Açúcar, na TVI, os adolescentes discutem alto os seus problemas pessoais e ignoram a matéria que os docentes tentam transmitir. Cada vez mais se ouve o “Dahh!!”, cada vez existem mais insultos e agressões físicas. Preocupante? Os miúdos copiam tudo e naturalmente repetem o que se vê e ouve na televisão. Recentemente, estreou uma novela na TVI onde há um rapaz que usa gel na cabeça ( simples coincidência? ) e inferniza a vida da mãe porque esta não lhe dá o telemóvel, as sapatilhas ( deve dizer-se tennis ) e tudo o que os colegas têm e ele não. Por isso, ele é mal-educado, fala com maus modos e sai porta fora quando as coisas correm mal. Percebem agora a razão pela qual ninguém cumpre prazos, se chega atrasado aos compromissos assumidos e não se desliga o telemóvel num evento público, mandando às urtigas os direitos dos outros?

Adopções e Justiça

Notícia do Expresso de 9 de Abril: “O Tribunal de Vila Franca de Xira decidiu esta semana, novamente, retirar uma criança à família ‘adoptiva’ com quem vivia há cinco anos, para a entregar à mãe biológica.(...)Desta vez, o juiz nem sequer considerou a declaração da mãe biológica (...) de que não podia manter os filhos, preferindo que ficassem com as famílias ‘adoptivas’”. Qualquer repetição da leitura deste texto não retira a perturbação que ele arrasta.
Poderá considerar-se natural o facto de se retirar uma criança à família que ela considera a sua sem que o juiz ouça essas famílias e os respectivos advogados? E se a própria mãe confessou não ter condições para ficar com a criança, o que se pretende ao entregar-lha? Revelará bom senso a decisão de deixar a criança à guarda duma instituição? E o que se quererá dizer quando se determina que a dita instituição deve criar condições para que a criança possa ficar com a mãe? Alguma coisa ou alguém poderão criar um agregado familiar por decisão do tribunal? Fazer e desfazer famílias parece ser uma simples brincadeira.
Esta decisão retrata bem o estado dos processos de adopção em Portugal. Mais do que isso, revela o poder desmesurado dos meretíssimos juizes em contraponto com a simples obediência a que estão sujeitos famílias, crianças, instituições e os seus advogados. Um juiz pode determinar que uma criança não vai ver mais as pessoas a quem chama “pai” e “mãe”. Inclusivamente, pode até proibir a criança de se despedir deles. Pode até, com a sua decisão, obrigar uma criança a não ir à escola, como aconteceu com este caso.
Mas pasmem com este conceito de “justiça”. Ainda no mês de Abril, um condutor, que circulava em excesso de velocidade e atropelou mortalmente uma criança, foi condenado a uma multa de 5.000 euros e à suspensão da carta por quatro meses. Ao mesmo tempo, um cidadão que não conseguiu pagar uma multa de 135 euros, devido a graves problemas de saúde que o afectam, foi condenado a 30 dias de prisão. Os juizes viverão isolados e rodeados pelos seus códigos ou habitarão o nosso mundo?
Valerá a pena procurar novos consensos em matérias judiciais? Deveremos continuar a discutir os direitos dos cidadãos? Como é possível condenar à cadeia uma pessoa por não ter conseguido pagar por inteiro os 135 euros de uma multa, apesar de ter proposto o pagamento em prestações?
Passando para a área criminal a situação não é melhor. Quantos julgamentos não são anulados por erros “processuais”? Alegadamente, o comportamento do juiz-conselheiro Joaquim Almeida Lopes no caso Fátima Felgueiras, tal como o do outro senhor juiz que comemorou efusivamente de cachecol ao pescoço o último resultado eleitoral do Partido Socialista, é ou são, no mínimo, inquietante(s). No primeiro caso e segundo gravações obtidas pela PJ e transcritas pela imprensa, o juiz-conselheiro pedia a Fátima Felgueiras que o avisasse rapidamente caso o então secretário de Estado da Administração Local, José Augusto Carvalho, ordenasse uma auditoria à autarquia. O diálogo é particularmente sugestivo, ora leiam: “Porque eu vou procurar dar um golpe de rins a ver se ainda consigo evitar. Como fiz da outra vez há dez anos, percebes?” Perceber, não percebemos mas registamos e registamos também o facto de o vice-procurador-geral da República ter mandado arquivar o inquérito sobre o juiz-conselheiro Joaquim Almeida Lopes. A explicação para tal facto seria anedótica se não fosse trágica e tortuosa: como o crime de favorecimento pessoas (cuja pena máxima é de três anos) não prevê a utilização de escutas telefónicas como meio de prova, estas não podem ser utilizadas. Ora tomem!

quinta-feira, maio 12, 2005

Festa de Bloggers

Dia 21 de Maio, depois da meia noite, no Teatro Taborda, na encosta do Castelo de São Jorge. O convite é do blog O Código de Santiago.

quarta-feira, maio 11, 2005

segunda-feira, maio 09, 2005

Princípios Básicos Para Se Perceber Portugal

segundo José Pacheco Pereira.


É muito pequeno.

É bastante pobre.

É muito periférico.

Somos todos primos uns dos outros, logo a democracia é difícil.

Os bens são escassos, a competição pelos bens é muita.

Dada a escassez dos bens, a inveja está muito socializada.

A ignorância é muita.

A abundância da ignorância acentua nas novas gerações a tendência adâmica de pensarem que o mundo começa com eles.

Efeitos do adamismo : o número de pessoas que pensam estar a arrombar portas, que já estão abertas há muito, é elevado. O alarido que fazem ao passarem pelas portas abertas é inversamente proporcional à resistência das portas.

A preguiça é muita e é induzida pelos critérios de mediania dominantes.

Entre as letras e as artes de consumo trabalhoso e as de consumo preguiçoso, tenderão a acentuar-se as segundas.

A música e o cinema, a televisão e a moda, são de consumo preguiçoso.

Há muita coisa que não vale a pena tentar explicar. Primeiro, porque já está mais que explicada há muito, depois porque não é por falta de explicação que as coisas mudam.

Cinema



A Sony Pictures começa hoje a fazer a divulgação de 'O Código Da Vinci', adaptação para os cinemas do livro de Dan Brown, e que será realizado por Ron Howard, com as filmagens a começarem em Junho. A data de estreia está marcada para o dia 19 de Maio de 2006.

Ian McKellen (será Sir Teabing), Alfred Molina (no papel do Bispo Arigarosa) e Jean Reno (Bezu Fache) estão certos no elenco. O argumentista deste novo filme será Akiva Goldsman.


sexta-feira, maio 06, 2005

Na era da Unformática



sem palavras...

quinta-feira, maio 05, 2005

Parabéns



pelos dois anos do ABRUPTO, o blog de José Pacheco Pereira onde todos procuramos inspiração

terça-feira, maio 03, 2005

Alguém se recorda

dos mais belos olhos?
afghangirl.jpg

Velocidades

pode o Presidente da República condená-las quando se desloca para todo o lado a mais de 200 km/hora?

As Nossas Ruas

San Giorgio del Sannio é o nome de uma pequena cidade italiana perto de Nápoles. Num esforço realmente imaginativo para ultrapassar a grave situação financeira, o seu Presidente da Câmara acaba de colocar à venda o nome de algumas dezenas de ruas. Os preços variam entre dez mil euros na periferia e os quinze mil euros no centro da cidade. O objectivo é a renovação do cinema municipal e a construção de um lar de idosos, numa cidade com dez mil habitantes. Não se pense que se pode escolher qualquer designação. Contra a vontade daqueles que já pensavam em Avenida Cesare Maldini ou Praça Ferrari, o município só aceita o nome de antigos habitantes, entretanto falecidos. Desta forma, Giancarlo Cappozzi pôde atribuir uma rua à memória de seu pai, que foi médico em San Giorgio del Sannio.
Leio a notícia junto à estátua de António Augusto da Silva Martins que dá o nome à mais importante artéria do Rossio e lembro-me de Cesário Verda, agora que passam cento e cinquenta anos do seu nascimento. Fernando Pessoa, via Alberto Caeiro, dizia sobre Cesário: “Ele era um camponês que andava preso em liberdade pela cidade. Andava na cidade como quem anda no campo.” E lembro-me de Saramago que, desde 2001, dá o nome a uma biblioteca e a uma rua em Rivas, perto de Madrid. O nosso Nobel evocou, na altura, determinada rua da Azinhaga, freguesia ribatejana onde nasceu e onde jogou à bola em menino. E contou que mais tarde se mudou para Lisboa onde veio “morar na rua E”. Sem mais nem menos. Simplesmente E. Quando habitamos determinado espaço, não deveríamos merecer mais do que uma simples letra? Que nome daria Saramago à sua velha rua da bola de trapos, do pião, da apanhada, se a autarquia seguisse o exemplo de San Giorgio del Sannio?
Encontro com alguma regularidade toponímia curiosa. Em Évora existe a rua do Imaginário, em Viseu a do Amor de Perdição, em Vilamoura a das Estrelas, em Sesimbra a dos Naufrágios, em Leça a dos Dois Amigos em homenagem à amizade entre António Nobre e Alberto de Oliveira, no Porto a das Musas, chamada antes Viela dos Abraços. Ainda do ponto de vista literário, Eça tem a rua das Flores que dá nome à tragédia e Mário de Carvalho o Beco das Sardinheiras. Cesário, por exemplo, nasceu na rua da Padaria mas desconhece-se o local exacto, faltando também a placa alusiva ao acontecimento.
Os nossos dias stressantes e vazios afastam para longe, para muito longe, os simples passeios para lá das florestas de betão. Avistar os “ramalhetes rubros das papoulas” fica assim mais difícil.