segunda-feira, outubro 23, 2006

A crise é para todos?

"O fisco perdoou ao sector bancário o IRS e o IRC que deveria ter sido entregue pela retenção na fonte de juros pagos a investidores em obrigações emitidas por sucursais no exterior, noticia a edição de hoje do "Jornal de Negócios".

Segundo o jornal, o perdão fiscal incide sobre o passado mas também sobre os rendimentos de todas as emissões obrigacionistas que ocorram até 31 de Dezembro deste ano, passando a ser exigido o cumprimento da lei apenas a partir de Janeiro de 2007.

Esta situação foi comunicada há duas semanas pelo gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais à Associação Portuguesa de Bancos, que em Junho suscitou a questão junto do Ministério das Finanças.

Neste caso concreto, foram emitidas obrigações (financiamento) no exterior e os juros entregues a quem subscreveu as obrigações incluíram o valor dos impostos que deveria ter sido entregue ao Estado - não foi feita a retenção na fonte."

quarta-feira, outubro 18, 2006

A prova do aquecimento global

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Contra o esquecimento

A Culpa é dos outros

O secretário de Estado Adjunto da Indústria e da Inovação, António Castro Guerra, declarou que "a culpa" do aumento de 15,7 por cento da electricidade para os consumidores domésticos em 2007 é do próprio consumidor, porque esteve vários anos a pagar menos do que devia.
Infelizmente, o senor até tem razão. A culpa é inteirinha dos consumidores...sobretudo, porque eles também são eleitores, eleitores precisamente que elegeram um governo que se permite ter um Secretátrio de Estado que diz, assim, coisas destas....

Professores: continua o disparate

A remodelação do Estatuto da Carreira Docente determina que a admissão para a profissão de docente se faça através de um regime de acesso muito categórico, no qual os candidatos, depois de se formarem pelas universidades, terão de efectuar provas que demonstrem os conhecimentos científicos, pedagógicos e didácticos adquiridos nos estabelecimentos de ensino superior que frequentaram. Teriam depois de passar um período probatório - nunca inferior a um ano - em que seriam orientados por um professor titular, entidade supostamente equilibrada nos seus juízos avaliativos e preceptorados.
O objectivo é, segundo o secretário de estado Pedreira, escolher aqueles que realmente têm vocação e capacidade de ensinar. No entanto, ignoram ou fingem ignorar que há professores contratados com muitos e muitos anos de serviço, com pós-graduações, mestrados e doutoramentos feitos nas áreas que, muito irregularmente, leccionam. Ignoram, ou fingem ignorar, que, em teoria, esta prova de acesso à profissão se adequa para todos, isto é, para os contratados, os do quadro de zona pedagógica e de escola e também para os titulares, pois nenhum deles provou, examinavelmente, as suas reais capacidades científico-pedagógico-didácticas.
Terá a senhora ministra e os seus secretários feito alguma prova para o lugar que hoje ocupam?

domingo, outubro 08, 2006

Reproduzido no "Tripeiro" de 1926

«Antigo annuncio curiozo»
VINHO BRANCO
Dos 100 PP


Preciosíssima pinga, própria para paladares primororosos, produzida por principescas parreiras privilegiadas, proclamadas primeiríssima plan[t]a.

Parecerá parcialidade preconisar productos próprios: para profícua propaganda precisamos porém, por persuasivas palavras, por provas palpáveis, por processos práticos, patentear publicamente preclaro parecer produzido pachorrentamente por provadores portuenses, profissionais, proverbialmente probos:

PARECER

Pinga pura, pagã, preparada por processos plenamente privativos, prevenindo proficientemente possíveis perdas primitivo precioso perfume.
Primacial para presentes, para petisqueiras, para pacificar polémicas, produzir paixões, prodigalisar prazeres, prevenir preocupações: - profícuo para pretensões. Pomos ponto.
População Portuense!
Pela pureza, pelo preço, pela preciosidade, por patriotismo preferi persistentemente o

VINHO BRANCO DOS 100 PP
Pedro Pires
Paulino Pereira e Polycarpo Paiva
Provadores Portuenses

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(reproduzido no «Tripeiro» de 1926)
VINHO BRANCO
Dos 100 PP


Preciosíssima pinga, própria para paladares primororosos, produzida por principescas parreiras privilegiadas, proclamadas primeiríssima plan[t]a.

Parecerá parcialidade preconisar productos próprios: para profícua propaganda precisamos porém, por persuasivas palavras, por provas palpáveis, por processos práticos, patentear publicamente preclaro parecer produzido pachorrentamente por provadores portuenses, profissionais, proverbialmente probos:

PARECER

Pinga pura, pagã, preparada por processos plenamente privativos, prevenindo proficientemente possíveis perdas primitivo precioso perfume.
Primacial para presentes, para petisqueiras, para pacificar polémicas, produzir paixões, prodigalisar prazeres, prevenir preocupações: - profícuo para pretensões. Pomos ponto.
População Portuense!
Pela pureza, pelo preço, pela preciosidade, por patriotismo preferi persistentemente o

VINHO BRANCO DOS 100 PP
Pedro Pires
Paulino Pereira e Polycarpo Paiva
Provadores Portuenses

Eduardo Cintra Torres no Público de hoje

"A blogosfera protestou: o Telejornal de 5 de Outubro remeteu para segunda linha o discurso de Cavaco Silva e a manifestação de professores. De facto, o jornal da RTP dedicou os primeiros 15m29s a um sequestro num banco em Setúbal; seguiu-se o aumento das taxas de juro; só aos 22 minutos do noticiário veio a maior manifestação de professores de sempre, que teve direito a 2m32s, isto é, metade do futebol e o mesmo que os 50 anos dos livros da Anita. O discurso do Presidente e a abertura do Palácio de Belém tiveram direito a 7m23s, mas só depois da primeira meia hora de Telejornal. Os protestos da blogosfera são correctos, porque o Telejornal deveria ser a janela do serviço público informativo. (...) Com uma blogosfera activa, torna-se mais difícil aos poderes e aos que vergam às pressões nos media tradicionais fazer passar propaganda e malabarismos informativos. Esta atitude activa da blogosfera é tanto mais importante quanto uma parte significativa da imprensa tradicional se alheia, incrivelmente, deste tipo de análise, fazendo um jornalismo sobre TV muito desviado da realidade: nas últimas semanas, recebi duas dúzias de telefonemas de jornalistas de outros media interessados em saber, ou sobre a minha carteira profissional de jornalista, ou a minha opinião sobre os Morangos, Floribella, Jura, "guerra" SIC-TVI... mas nada sobre o condicionamento político da informação - que é um tema de interesse activo para quem lê jornais, como se vê pela blogosfera."

quinta-feira, outubro 05, 2006

Rica independência...

Houve hoje em Portugal dois acontecimentos marcantes: o discurso do Presidente da República e a manifestação de professores. A TVI abriu o seu jornal das 20 com a manifestação, a RTP e a SIC optaram pelo sequestro de Setúbal. Significativo.