quinta-feira, dezembro 04, 2003

António Lobo Antunes

O Prémio da União Latina recentemente atribuído ao autor passou um pouco ao lado dos serviços noticiosos. É claro que, hoje em dia, se assiste cada vez mais a uma "tabloidização" dos noticiários televisivos mas comparando com a atribuição do Nobel a Saramago, Lobo Antunes foi injustamente esquecido. Ninguém pode ignorar o contributo que o seu "acto criativo" trouxe às letras portuguesas. É claro que não é uma leitura fácil mas aqui voltamos ao problema do facilitismo escolar. Se temos de fazer um esforço para ler um bom escritor, façamo-lo porque ficaremos certamente mais ricos e mais cultos. Afinal de contas, nada se faz sem esforço. E não lembremo-nos que o autor não começou a escrever ontem. Tem já uma obra longa que atravessa a nossa vida e aqueles que foram os marcos dos últimos trinta anos e que correspondem não só à nossa vida democrática mas também a vivências anteriores. Sem pretender fazer futurologia, parece-me que a Academia Sueca irá anunciar a curto prazo outro Nobel português da literatura.

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