segunda-feira, janeiro 03, 2005

O Tesouro de Arafat

A recente morte de Arafat trouxe à superfície a velha questão dos donativos feitos para causas ditas “humanitárias”. Arafat trazia sempre consigo um caderninho que continha os números de acesso às contas bancárias daquele que é chamado como o “tesouro da OLP”.
Citando a insuspeita Forbes, o Jornal francês Le Figaro coloca a personagem em sexto lugar na categoria das famílias reais e dirigentes, com uma fortuna que ultrapassa os 300 milhões de dólares, qualquer coisa como 390 milhões de euros. Segundo o FMI, entre 1995 e 2002 “desapareceu” a insignificante importância de 900 milhões de dólares que teriam como destino as empresas estatais ligadas à importação de cimento, farinha ou petróleo para a Palestina.
De acordo com as autoridades israelitas, existem funcionários cujo trabalho a Autoridade Palestiniana paga com dinheiro europeu e que, fora do exercício das suas funções, se dedicam a práticas terroristas. Dinheiro europeu significa o “nosso” dinheiro e é legítimo pensar que um chefe guerrilheiro com uma vida tão agitada não pode acumular tantos recursos de uma maneira legítima.
Evidentemente que tais recursos económicos nunca servirão para desenvolver negociações sérias com vista à paz. Sem qualquer espécie de controlo, esses meios permitirão financiar operações militares, actos terroristas ou mais corrupção ainda. E tudo leva a crer que uma grande parte desse tesouro tenha saído dos bolsos dos contribuintes europeus. Oxalá as autoridades policiais e judiciais francesas aproveitem a ocasião para esclarecer o caso.