quarta-feira, novembro 19, 2003

Numa altura em que todos os principais serviços de notícias das televisões portuguesas demoram bem mais do que uma hora, deixem-me fazer uma breve comparação. Na noite de segunda-feira, 27 de Outubro, o telejornal mais importante da televisão norte-americana CBS começou à hora marcada e acabou, como sempre, exactamente 29 minutos depois de se ter iniciado.
Começámos por ver tratado o tema do dia, os catastróficos incêndios na Califórnia. Curiosamente, as semelhanças com o que aconteceu em Portugal foram gritantes: bombeiros queixando-se da falta de meios, suspeitas de incêndios de origem criminosa, queixas sobre matas mal limpas, hectares e hectares de floresta devastados. Quatro jornalistas em trabalho de reportagem nos lugares mais flagelados entraram em directo na emissão e remeteram-se, e bem, a um papel secundário dando voz a casos humanos que documentavam a imensidão da tragédia.
Seguiu-se um pequeno apontamento sobre eventuais consequências de um medicamento no cancro do pâncreas, uma notícia sobre a compra de um banco em Boston e a evolução dos índices das bolsas de Nova Iorque. Houve ainda uma reportagem de consumo, onde era tratado um defeito de fabrico de um dos carros mais populares nos Estados Unidos.
Para terminar, o pivot apresentou uma peça onde se explicava os motivos da violência dos incêndios deste ano.
Se nestes 29 minutos se contabilizarem ainda três intervalos para publicidade, percebemos as vantagens de um país onde deve haver uma enorme escassez de notícias...

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